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Em noites solitárias busco o aconchego que não posso ter, me vejo a chorar sem ter com quem compartilhar. Sinto o meu intimo se esvaecer de pesar, mas por onde devo começar? Não posso me quebrar em mil pedaços, pois sou apenas um, posso sofrer quieto e na minha quietude buscar a força interior que tanto desejo.

 

Encontro sossego em olhares distantes, descrentes, que não me passam o que tanto procuro, encontro dentro de um vazio a calmaria de um pasto verdejante, ou de um mar imaculado por navios que não o souberam navegar. Busco o desabafo que tanto me incomoda, berrar, gritar, mas não ser ouvido é mais frustrante.

 

Em mares bravios venço os tsunamis que se aproximam, em um porto distante que deseja que eu aporte, mas ao mesmo tempo, se enche de dúvidas, tento me aproximar, neste porto que se mostra amável e ao mesmo tempo incerto, me acalmo e me desespero.

 

Em pastos que já deram frutos, ergo calmamente a minha morada, com calma e paciência, a terra está mal trada, necessita de um trabalho árduo e paciente, muitas pedras no caminho, muitas árvores, muitos buracos a serem tapados, mas um bom semeador, não pode esmorecer. Deve buscar encontrar as melhores sementes, e no tempo certo semeá-las, buscando adubar a terra com o que possuo e tentar mostrar que a simbiose pode ser feita, que os frutos serão colhidos por ambos.

 

Mais um dia tudo muda, o porto me aceita, a terra floresce, os olhares se mostram mais amáveis, e a vida continua pois a noite chega, os medos se aproximam, mas vem o amanhecer com a certeza de que mais um dia para crer.

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