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A felicidade bateu a minha porta, mas por medo eu não abri. Medo de ser feliz, me prendi ao passado, como grilhões de uma escravatura que me auto determinei, arrastando e me arrastando, me prendendo consumindo e me deteriorando. Um passado que no presente se faz presente, que por onde ande me assombra com uma sombra que me assombra, me atormenta, pelos medos e percalços que tanto enfrentei e por várias vezes me deixei perder.

 

Perdi batalhas, venci, mas a felicidade que sempre me acompanhava eu não vi, cercado por este medo por total incapacidade de me libertar, ou querer me libertar, me consumiu e consome assombrando o meu dia, o meu sono, o meu viver. Busco entender o que já compreendo mas, ainda não entendo, busco nas palavras entender o próprio significado do que sem significado pode ter, pois na minha busca incontrolável pela felicidade, deixo de entender o próprio significado do ser feliz.

 

Como uma ilha me isolo, afastando o que poderia me tornar um arquipélago, um continente, uma ilha que busca em sua limitada escolha, entender o que e o porquê se afastar de algo que maravilhoso é ter, a felicidade de poder compartilhar e se envolver, mas, a ilha se mantem isolada, olhando o horizonte vendo o que poderia ser seu, mas, não enxergando o como devia chegar, pois a sombra do passado lhe atormenta, lembrando as tempestades que assolaram as suas terras, lhe deixando frágil, mas ao mesmo tempo, liberto.

 

Assim a ilha se mantem isolada, sofrendo e buscando o que deseja, mas afasta, pois em sua lembrança o tsunami lhe abateu, lhe preencheu, com sentimentos tão absurdos que nem mesmo a sua força em se manter no curso lhe concede a mais tranquila e calma calmaria.

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