Demorei para escrever novamente um texto, pois as minhas convicções são um pouco ortodoxas para o tempo em que vivemos, mas, me vi levado a pensar e escrever sobre um assunto que tanto me fascina. Não pretendo filosofar, deixo para os filósofos do Facebook, não pretendo criar uma análise psicológica, deixo para os psicólogos, mas falar de algo que atualmente está em evidência.

 

Tenho visto e ouvido por diversas vezes, pessoas a falar que não acreditam mais no amor, que o mesmo não existe, que a vida as transformou, que seus corações viraram pedras, que este “sentimento” não é atual, que a vida não nos deixa mais sermos assim, pode ser, duvido que seja, mas me ponho a refletir pelo que eu já vi, e vivenciei. Me utilizo de um vídeo que já rolou pelo Facebook, pelo WhattsApp e já se tornou viral. O vídeo do Padre Fábio de Melo, sobre ser inútil, lindo vídeo e belíssima reflexão sobre o que é o verdadeiro amor. Não preciso falar o conteúdo, todos já p devem ter visto ou recebido, mas a inutilidade de uma pessoa que amamos, demonstra o nosso verdadeiro amor por esta pessoa. Sabemos que ela não pode mais fazer o que outrora fazia, que necessita de cuidados, mas ao pensarmos em como seria a nossa vida sem a mesma nos vemos em um vazio que não poderá ser preenchido.

 

Vejo como foi a fila para assistir o tão esperado filme “50 tons de cinza”, todos esperavam cenas picantes, mas não se deram conta da mensagem que o próprio filme nos revela, que o amor pode transformar e se fazer vencer, é claro que se não houver o interesse e a vontade da mudança, de nada surtira efeito.

 

É engraçado falar isso, pois por muitas vezes me vi a desacreditar no amor, no dividir momentos e atenção, sabendo que ao dividir iria crescer, sabendo que ao me entregar iria ser pleno, que o medo de sofrer estava latente, mas, lembrando uma frase que postei há tempos “O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não – Mahatma Ghandhi”, por isso decidi ter medo, mas não covardia, decidi que quero os meus “50 tons de cinza”, decidi que deveria escrever sobre algo tão belo, até porque, um coração apaixonado busca nas palavras a declaração de amor que o faz feliz, pois, viver o amor é compartilhar momentos felizes ou tristes, e dividir um saco de pipoca, é ficar calado para apenas ouvir a doce melodia que se sente, e saber que o olhar pode dizer tudo, que uma semana pode durar um mês mas um mês pode durar uma semana.

 

A vida não nos transforma em pedras, em insensíveis, nos escolhemos ser assim para nos proteger, nos guardar para que possamos, aos poucos, nos entregar plenamente ao amor, talvez, venhamos a passar anos sem saber o sabor do doce néctar do amor, mas com certeza poderemos pelo menos sentir a sua suave brisa.